IFSudesteMinas 2018
TEXTO 1
Os ricos e desafios da inovação
A temática foi debatida pelo palestrante Mário Sérgio Cortella durante 19a edição da Educar Educador 2012
Para ingressar no tema proposto, Cortella inicialmente mencionou Paulo Freire, educador e filósofo brasileiro, relembrando conquistas realizadas por ele: até sua morte, em maio de 1997, foram acumulados 36 títulos de doutorado em universidades estrangeiras, o que fez do educador a personalidade mais honrada 15 anos após seu falecimento. A menção foi porta de entrada para que o também filósofo e professor titular da PUC-SP falasse sobre as virtudes necessárias para se promover inovação. Cortella elencou em primeiro lugar a esperança, “do verbo esperançar, como fez questão de reforçar.” “Trata-se de uma questão central se a ideia é modificar o mundo”, afirmou.
De acordo com Cortella, além de possuir esperança, Paulo Freire era uma pessoa humilde, segunda característica importante para o campo das mudanças. “Um dos pontos fundamentais para aceitarmos a modificação das coisas é assumirmos que não sabemos de tudo”, pontuou o palestrante. Ainda de acordo com Cortella, no caso dos educadores, “só é bom ensinante‘ quem é bom aprendente‘”, ao que completou: “Tolice é fazer as coisas sempre do mesmo jeito e esperar resultados diferentes”, enfatizou o profissional.
No entanto, a inovação nem sempre anda ao lado do ineditismo. “Mais do que criar o inédito, inovar é dar vitalidade ao antigo”, afirma o educador. “Nem sempre o que está no passado deve permanecer nele e, para isso, é fundamental que se entenda a diferença entre tradicional e arcaico; tradicional é tudo aquilo que não perdeu a vitalidade e que, portanto, deve ser levado adiante; arcaico remete a velho, antiquado, e deve ser descartado do movimento das inovações”, esclareceu o palestrante.
Cortella também pontuou a dificuldade das chamadas “cabeças pedagógicas conformadas” ou “professores velhos”, que longe de uma questão etária, diz respeito aos docentes que se julgam prontos no tocante ao conhecimento. Nesse caso, tem-se a perpetuação de um modelo de atuação repetitivo e desgastado.
Em relação às tecnologias e ao uso pedagógico que se tem delas, Cortella foi taxativo: “não é a tecnologia que moderniza uma mentalidade. É que uma mentalidade moderna não recusa a tecnologia quando precisa dela”. E finalizou: “e embora mudar seja complicado, acomodar é perecer”.
Adaptado de: http://www.neteducacao.com.br/noticias/home/os-riscos-e-desafios-da-inovacao
TEXTO 2
Estudo Errado – Gabriel O pensador
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci (…)
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino
Não aprendo as causas e consequências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o “porque” é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda num sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa
Mas pra aprender a ser um ignorante (…)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste –
O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (…)
Vamos fugir dessa jaula!
“Hoje eu tô feliz” (matou o presidente?)
Não. A aula
Matei a aula porque num dava
Eu não aguentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam
(Esse num é o valor que um aluno merecia!) Íííh… Sujô (Hein?)
O inspetor!
(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então eu vou passar de ano
Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada (…).
Adaptado de: https://www.vagalume.com.br/gabriel-pensador/estudo-errado.html
TEXTO 3
Com base na leitura dos textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um A aprendizagem significativa é essencial para que o processo de ensino se dê de forma efetiva, pois só conseguimos aprender verdadeiramente aquilo que faz sentido para nossas vidas. A escola deveria ensinar, portanto, os conhecimentos de forma contextualizada e elaborar atividades que gerem reflexões críticas sobre a realidade de seus discentes. Sendo assim, analisando os textos motivadores e a organização do sistema educacional brasileiro, escreva um texto dissertativo-argumentativo refletindo sobre a seguinte questão: o que fazer para tornar o processo de aprendizagem significativo na realidade brasileira atual? Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.