Como oferecer melhor condições de vida ao morador de rua?

Leia os textos motivadores.

TEXTO 1

Elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o ‘Texto para Discussão Estimativa da População em Situação de Rua no Brasil‘ aponta que, em 2015, o país tinha 101.854 pessoas em situação de rua.

Só na cidade de São Paulo, um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) contabilizou 15.905 pessoas em situação de rua no ano de 2015.

Com o aumento do desemprego, que atinge atualmente 13,7 milhões de brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e com a crise do país, é possível que o número de pessoas em situação de rua em São Paulo e em outras cidades já seja bem maior.

Quando o único teto é uma barraca 

Além disso, situações como a queda do edifício Wilton Paes de Almeida, onde havia uma ocupação, mostram a urgência de se debater o déficit habitacional da cidade de São Paulo. Victor Vieira de Araújo Arguelho vive numa barraca com a esposa, os dois filhos e o irmão, no centro de São Paulo. O irmão de Victor diz que, na maioria das vezes, os cinco dormem no mesmo colchão. “Estamos precisando de uma barraca maior, ou até mesmo mais uma barraca para eu e o filho dele dormirmos. Assim, ele e a esposa dormem mais sossegados”. Victor tem 23 anos e veio do Mato Grosso do Sul com 12 anos de idade. O objetivo da vinda é similar ao de grande parte dos brasileiros que se deslocam até São Paulo: conseguir um emprego e ter melhores condições de vida.

Na rua, além da carência de recursos, a família enfrenta um problema comum às pessoas em situação de rua: a exclusão social. “Sabe como eu me sinto aqui? É como se fosse um zoológico: as pessoas passam, tiram fotos, dão comida. Acho que todos vendo a minha situação e da minha família poderiam ter mais respeito”, desabafa Victor.

Adaptado de: https://observatorio3setor.org.br/carrossel/brasil-100-mil-pessoas-em-situacao-de-rua/

TEXTO 2

Estrutura de abrigos por vezes mais afasta do que atrai.

As opções da Assistência Social para moradores de rua mostram uma disparidade. Ao mesmo tempo que a capacidade dos locais existentes – entre abrigos, albergues, lares de acolhimento para idosos e imóveis para aluguel social – não é suficiente para atender nem metade das pessoas que precisam, na maioria deles há vagas sobrando. O motivo, de acordo com a diretora técnica da Fasc, é que as regras e até mesmo a estrutura desses espaços por vezes limitam que mais gente possa ser atendida.
Entre os quatro abrigos existentes, por exemplo, segundo Vera Ponzio, apenas um deles é voltado para casais. Nos outros, marido e mulher precisam se separar, o que muitas vezes faz com que eles não queiram ficar no local. Outro problema, nesses e em outros lugares, é que as vagas disponíveis muitas vezes são para a parte de cima de beliches e, como muitas das pessoas em situação de rua têm problemas de saúde, não conseguem subir até as camas. “Precisamos que o poder público tenha mais criatividade de alcançar esses indivíduos”, explica Vera, ao falar das opções existentes.
Os abrigos são o de Família, o Bom Jesus, o Marlene e a Casa Lilás, mantido em parceria do município com a sociedade civil para mulheres com crianças. Ao todo, os três espaços têm a capacidade de atender 214 pessoas.

Adaptado de: http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/Geral/2018/03/643836/Mais-de-2-mil-pessoas-vivem-nas-ruas-de-Porto-Alegre

TEXTO 3

O bicho

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Datado de “Rio, 25-2-1947”, e publicado neste ano em Belo belo, o poema O bicho é um dos mais conhecidos de Manuel Bandeira

Com base na leitura dos textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema como oferecer melhor condições de vida ao morador de rua, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.