Caminhos para evitar que o Brasil volte ao Mapa da Fome

Leia os textos motivadores.

TEXTO 1

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) foi criado em 1993 e extinto em 1994 por causa do caráter transitório do governo Itamar Franco. Recriado em 2003, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Conselho volta com a missão de organizar o Projeto de Lei Orgânica para a Segurança Alimentar e Nutricional (Losan) no país, o que aconteceu em 2006. No trajeto até 2014, com políticas públicas envolvendo ministérios, governos estaduais e prefeituras, tirou o Brasil do Mapa da Fome da ONU. No dia 1º de janeiro deste ano, o governo federal através da Medida Provisória 870 fecha o Consea.

Essa situação e a volta da insegurança alimentar ao país foram debatidas nesta quinta-feira (25) na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM).

Representantes do extinto Consea, FAO, conselhos estaduais de nutrição e parlamentares e Ministério Público discutiram como reverter esse quadro.

“A extinção do Consea fragiliza o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Essa lei é muito importante para o cumprimento do direito humano à alimentação adequada, que também está na Constituição e em pactos internacionais dos quais o Brasil faz parte”, explica Helder Salomão (PT/ES) presidente da CDHM.

Adaptado de: https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdhm/noticias/o-curto-caminho-de-volta-ao-mapa-da-fome

TEXTO 2

O Brasil tem 13,5 milhões de pessoas vivendo na extrema pobreza. É o que revela a pesquisa síntese de indicadores sociais, divulgada nesta quarta-feira (6) pelo IBGE, com informações de 2018.

Dentro de casa, a vida tem sido uma escuridão só: sem energia elétrica, cortada por falta de pagamento. Sem conseguir enxergar o futuro. “Estou desempregado já faz um bom tempo, há mais de dez anos e só estou vivendo de bico. Faço bico de uma faxina, faço bico de uma limpeza em um terreno… Não chega a R$ 300 por mês, não chega a isso”, conta Antenor Guimarães.

Tem muita gente no país na mesma situação: ganhando bem abaixo do mínimo. Em 2018, um em cada quatro brasileiros vivia com menos de R$ 420 por mês. A proporção até diminuiu um pouco em relação a 2012, início da pesquisa. Mas isso está longe de significar menos pobreza.

Adaptado de: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/11/06/ibge-anuncia-aumento-de-brasileiros-que-vivem-na-extrema-pobreza-135-milhoes.ghtm

TEXTO 3

Embora tenha estabilizado a situação da fome nos últimos anos, o Brasil segue com dados preocupantes neste indicador. A análise é do responsável-técnico pelo Escritório da Região Sul da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e para a Agricultura (FAO), Valter Bianchini. Em entrevista ao programa Gaúcha+, da Rádio Gaúcha, Bianchini comentou a declaração do ministro da Cidadania, Osmar Terra, de que o Brasil está no mesmo nível de  Suécia, do Japão e da Noruega no tema, com menos de 2,5% da população desnutrida.

Problema grave no Brasil é a obesidade e não a fome, diz ministro da Cidadania. Em média, 15 pessoas morrem de desnutrição por dia no Brasil.

Osmar Terra diz que, em matéria de fome, Brasil está nos níveis de Japão, Suécia, Noruega e Dinamarca. Osmar Terra diz que, em matéria de fome, Brasil está nos níveis de Japão, Suécia, Noruega e Dinamarca

— Há pelo menos 5 milhões de pessoas no Brasil, ou 2,5% da população, em miséria extrema, com subnutrição ou fome. A situação não é tão dramática como na África ou na Ásia, mas ainda assim merece preocupação — ponderou Bianchini.

Ele afirmou que após anos reduzindo o número de pessoas que passam fome desde o início do século, graças às políticas de distribuição de renda, o país estabilizou os números nos últimos cinco anos e viu aumentar a quantidade de pessoas na miséria. Bianchini disse que a situação é mais crítica em regiões que sofrem com a seca e baixo desenvolvimento humano.

Adaptado de: https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/noticia/2019/07/situacao-da-fome-no-brasil-ainda-preocupa-afirma-porta-voz-da-fao-cjyhn5ahp023001pbhd0lwtxd.html

TEXTO 4

Com a pandemia de coronavírus e seus efeitos econômicos, o Brasil caminha para voltar ao Mapa da Fome. É o que afirma o economista Daniel Balaban, chefe do escritório brasileiro do Programa Mundial de Alimentos (WFP, na sigla em inglês), a maior agência humanitária da ONU.

No Brasil, a estimativa é de que cerca de 5,4 milhões de pessoas – a população da Noruega – passem para a extrema pobreza em razão da pandemia. O total chegaria a quase 14,7 milhões até o fim de 2020, ou 7% da população, segundo estudos do Banco Mundial.

“O Brasil saiu do Mapa da Fome em 2014, mas está caminhando a passos largos para voltar”, disse ele, em entrevista ao Estadão. Só entram no mapa países com mais de 5% da população em pobreza extrema, levando em conta anos anteriores.

Adaptado de: https://exame.abril.com.br/brasil/brasil-esta-voltando-ao-mapa-da-fome-diz-diretor-da-onu/

Com base na leitura dos textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema caminhos para evitar que o Brasil volte ao Mapa da Fome, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.