Evasão escolar

TEXTO 1

IBGE mede o problema nacional da evasão escolar

O IBGE divulgou, nesta quarta (15), dados importantes sobre a educação no Brasil. Apesar de algumas melhoras, o país ainda não consegue evitar que milhões de jovens larguem os estudos.

Ruan é batalhador. Ele viaja todos os dias 40 km para chegar ao trabalho, em uma pet. Depois do expediente, ainda leva os cachorros dos clientes para passear. Mas, para dar conta disso tudo, abandonou a escola no primeiro ano do ensino médio, por necessidade.

“Minha mãe teve dois tumores no colo do útero e eu precisava ajudar financeiramente em casa. Então, necessitava do meu trabalho, da minha ajuda”, lamentou Ruan da Conceição Gomes, tosador.

O abandono escolar é uma realidade bem conhecida de milhões de brasileiros e que a pesquisa do IBGE registrou pela primeira vez em números. Das 50 milhões de pessoas com idades entre 14 e 29 anos, dez milhões, ou seja, 20% delas, não tinham terminado alguma das etapas da educação básica.

No índice, a grande maioria é de pretos e pardos. O principal motivo: necessidade de trabalhar e depois a falta de interesse. Entre as mulheres, a gravidez e as tarefas domésticas.

A situação é mais grave na Região Nordeste. Três em cada cinco adultos não completaram o ensino básico. Em João Pessoa, o sentimento de Daniel é de frustração por ter abandonado a escola.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/07/15/ibge-mede-o-problema-nacional-da-evasao-escolar.ghtml (adaptado)

TEXTO 2

Pandemia aumenta evasão escolar, diz relatório do Unicef

Reprovação, abandono do ensino e distorção entre idade e série escolar são problemas recorrentes no cenário educacional brasileiro. Com a pandemia da Covid-19, essa realidade foi acentuada e a disparidade socioeconômica do país ficou ainda mais evidente.

No ano passado, foram cerca de 5,5 milhões de crianças e adolescentes sem acesso à educação. A quantidade de alunos, com idades entre 6 e 17 anos, que abandonaram as instituições de ensino foi de 1,38 milhão, o que representa 3,8% dos estudantes. A taxa é superior à média nacional de 2019, quando ficou em 2%, segundo dados da Pnad Contínua. Somado a isso está a situação de 4,12 milhões de alunos (11,2%) que, apesar de matriculados e sem estar em período de férias, não receberam nenhuma atividade escolar, resultado do ensino pautado pelas aulas online.

Os dados estão compilados em estudo do Unicef (Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para Infância), intitulado “Enfrentamento da cultura do fracasso escolar”, divulgado nesta quinta-feira (28) e que reflete a realidade de muitos dos jovens do Brasil, especialmente àqueles em situação de maior vulnerabilidade. Segundo o relatório, que contou com parceria do Instituto Claro, o perfil das crianças e adolescentes mais impactados pelo “fracasso escolar” já é bastante conhecido: “se concentram nas regiões Norte e Nordeste, são muitas vezes negras e indígenas ou estudantes com deficiências”.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/pandemia-aumenta-evasao-escolar-diz-relatorio-do-unicef/ (adaptado)

TEXTO 3

TEXTO 4

Apenas 70,5% dos jovens mais pobres têm acesso ao ensino médio

A cada dez jovens de 15 a 17 anos dos domicílios mais pobres do Brasil, sete estavam no ensino médio em 2020. Entre os residentes de lares mais ricos, nove a cada dez frequentam a escola na etapa adequada.Isso significa que 29,5% dos jovens das famílias brasileiras de renda mais baixa encontram-se em defasagem escolar, ainda no ensino fundamental, ou simplesmente estão fora da escola, por abandono ou evasão. Os dados são do Anuário Brasileiro da Educação Básica de 2021.

As diferenças regionais também são significativas: enquanto, em São Paulo, 87% dos jovens de 15 a 17 anos estavam matriculados no Ensino Médio, no Amapá, essa proporção era de apenas 49,1%.

Quando analisada a taxa de conclusão, as desigualdades de acesso são ainda maiores. Entre os mais ricos, 92,6% dos jovens mais ricos de até 19 anos haviam terminado o ensino médio. Já entre os mais pobres, apenas 58,8% concluíram essa etapa.

O cenário de evasão escolar no Brasil preocupa autoridades, que buscam maneiras de conter o abandono das atividades escolares entre jovens de 15 a 17 anos.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/apenas-705-dos-jovens-mais-pobres-tem-acesso-ao-ensino-medio/ (adaptado)

TEXTO 5

“O combate à evasão escolar tem que ser uma causa de toda sociedade”, diz promotora de Caxias do Sul

A evasão escolar sempre foi motivo de preocupação para a rede pública de Educação. O agravamento deste e de tantos outros cenários, percebido durante a pandemia, motivou a criação do bolsa permanência — programa estadual que vai repassar R$ 150,00 mensais a estudantes do Ensino Médio em situação de vulnerabilidade. 

Para a promotora Simone Martini, que atua na Promotoria Regional de Educação, o benefício contribuirá em alguns casos de evasão motivados, por exemplo, pela falta de acesso ao transporte escolar, mas a garantia da frequência escolar também está relacionada a outros fatores, dependendo de ações que vão além da busca ativa, que estão sendo tomadas, e que demandam a conscientização da comunidade.

— Dizer que é suficiente? Depende. Tem alunos que têm dificuldade de chegar à escola por conta do transporte escolar. Viemos sensibilizando o município quanto a isso em 2019, tentando trazer programa de subsídio integral, mas com a pandemia houve um hiato porque nos voltamos a questões mais preeminentes. Talvez esses R$ 150 ajudem nisso agora. Mas para o aluno que está trabalhando, acho difícil que troque o emprego — afirma a promotora.

Ainda segundo Simone, outro motivo da evasão que tem sido observado e que, por vezes, entra na esteira da falta de condições, é a desmotivação. Um grupo local voltado à saúde mental do educando que atua desde 2015 está buscando alternativas para casos de desistência que chegam por meio do Conselho Tutelar. A ideia, segundo Simone, é articular soluções em saúde mental por meio de parcerias com faculdades e universidades locais.

— O combate à evasão escolar tem que ser uma causa de toda a sociedade. É preciso conscientizar alunos e pais de que estudar é importante, não apenas para o trabalho, mas pela cidadania — pontua a promotora.

A 4ª CRE não informou o número de alunos locais a serem contemplados com a bolsa. Segundo o Governo do Estado ela será destinada a 79,7 mil estudantes gaúchos a partir de dezembro, com duração até o final de 2022.

Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/geral/noticia/2021/11/o-combate-a-evasao-escolar-tem-que-ser-uma-causa-de-toda-sociedade-diz-promotora-de-caxias-do-sul-ckvib8ug20053017fq4b2imtz.html (adaptado)

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “desafios para diminuir os índices de evasão escolar na sociedade brasileira“, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.