Por que valorizar a cultura queer no Brasil?

Leia os textos motivadores.

TEXTO 1

A teoria queer surgiu na década de 90 do século XX e teve como referencial teórico os estudos de Foucault e Derrida, além da contemporânea Judith Butler. Ela foi originada do encontro dos estudos culturais norte americano com o pós-estruturalismo francês. A palavra queer é traduzida por estranho, excêntrico, raro e extraordinário. Os estudos queer adquire todo seu poder com a invocação que o relaciona com patologias e insultos e representam a transgressão quanto a uma sociedade heteronormativa, destacando a realidade social e cultural de uma minoria excluída – os homossexuais. Vale ressaltar, que esta minoria luta contra a condição de marginal de forma radical, exagerada e excêntrica. Dessa forma, ser queer é pensar na ambiguidade, na multiplicidade e na fluidez das identidades sexuais e de gênero, mas, além disso, também sugere novas formas de pensar a cultura.

(…) É importante destacar, que a palavra queer, utilizada pelos teóricos, não tem uma tradução exata para a Língua Portuguesa. Portanto, a expressão queer é traduzida como estranho, talvez ridículo, raro, excêntrico, extraordinário. Retratando assim, uma situação de dúvida, questionamento, novidade, rebeldia e diversidade. E como Louro (2004) também afirma: 

“Queer é tudo isso: é estranho, raro, esquisito. Queer é, também, o sujeito da sexualidade desviante- homossexuais, bissexuais, transexuais, travestis, drags. É o excêntrico que não deseja ser integrado e muito menos tolerado. Queer é um jeito de pensar e de ser que não aspira ao centro e nem o quer como referências; um jeito de pensar que desafia as normas regulatórias da sociedade, que assume o desconforto da ambiguidade, do entre lugares, do indecidível. Queer é um corpo estranho que incomoda perturba, provoca e fascina”.

Adaptado de: http://www3.ufrb.edu.br/ebecult/wp-content/uploads/2012/04/A-teoria-queer-como-representa%C3%A7ao-da-cultura-de-uma-minoria.pdf

TEXTO 2

Ao trazer a biologia para o campo do social, desde Simone de Beauvoir, a filósofa desestabilizou ainda mais a matriz heteronormativa que mantém o poder patriarcal – atribuindo qualidades essenciais a macho e fêmea, homem e mulher, e tirando proveito disso no mercado — por exemplo com as cores sonegadas às crianças pela tirania do rosa e azul.

Do indissociável nexo com a militância decorre, diz ela, que “para [o movimento, a teoria] Queer é muito importante a ideia de aliança com os despossuídos e atingidos pelas desigualdades econômicas e diversas formas de precariedade que marcam a sociedade contemporânea. A ideia de aliança deve continuar se expandindo, para a gente se tornar mais forte contra as crescentes desigualdades econômicas, racismo, homofobia e sexismo.”

Alianças são complexas, ela lembra: “Nem toda aliança é amor. Às vezes nos aliamos para estabelecer o direito de amar e viver sem ser submetido à violência”, e isso não significa que amemos e desejemos aquela pessoa ou grupo a quem estamos por nos aliar. “Atuar em conjunto não pressupõe nem produz uma identidade coletiva”, e sim relações que “incluem disputas e rupturas, mas também apoio e solidariedade.” Em suma, é preciso aprender a suportar nossas irmãs e irmãos… Conciliar menos, suportar as tensões, que tendem a desaguar em novas formações compreensivas.

Adaptado de: http://www.ihu.unisinos.br/169-noticias/noticias-2015/546893-judith-butler-queer-para-um-mundo-nao-binario

TEXTO 3

“Trabalhamos para analisar a origem da violência de gênero e criar uma mudança cultural que nos ajude a criar um futuro sem violência”, afirma o site do projeto. “Nossa visão é de uma masculinidade que incorpore as melhores qualidades de ser humano. Acreditamos que homens são parte da solução e de um futuro que é seguro e com igualdade para todos.” 

Adaptado de: https://revistagalileu.globo.com/Cultura/noticia/2018/02/queer-eye-programa-mostra-que-machismo-afeta-os-proprios-homens.html

Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema por que valorizar a cultura queer no Brasil?